Quando o assunto é sexualidade, nos deparamos muitas vezes com situações inesperadas; e para alguns, com verdadeiros constrangimentos. Cometemos muitos erros acreditando que estamos corretos em educar, com repressões e proibições que nem sempre são sinônimos de obediência.
Hoje, o apelo sexual é total; na mídia, nos hábitos das pessoas, no modo de vestirem-se, e outros. Há um despertar sexual intrigante, que nos faz cada vez mais despreparados para “competir”. E essa exposição pública da sexualidade parece que não está ajudando a mudar muita coisa.
Passou-se do nada pode ao tudo pode sem nenhum critério. Há quem ache que é reverso da mesma moeda: a repressão pelo excesso.
Mas o que se estaria reprimindo, se agora é tudo tão liberal e escancarado?
A superexposição do sexo o banaliza, excita sem explicar, sem promover debate algum, e assim fica tudo como está... E sempre foi. A garotada continua desinformada, achando que sabe tudo; as piadas preconceituosas e cheias de estereótipos que cercam a sexualidade continuam parecendo engraçadas (sinal de que não elaboramos o assunto, continuando a ser preconceituosos). As pessoas podem parecer mais livres e mais felizes, mas... são de fato? Não creio. Se nunca soubemos conversar sobre sexo, não me consta que tenhamos aprendido. O diálogo sobre esse assunto está, freqüentemente ausente ou é superficial na família, na escola e, paradoxalmente, na mídia.
A TV, por sua natureza, impede a reflexão, pela profusão de imagens que se sucedem incessantemente. É preciso desligá-la, ou desligar-se dela momentaneamente, para poder pensar.
Para se opor a essa lógica, é preciso investir no processo de educar, dialogar sempre, enfrentar o que é difícil. Discutindo o que se ouve e se vê, determinando limites.
E assim, perguntamos silenciosamente aos nossos pensamentos (pois até isso não queremos que ninguém ouça): _ Como falarmos de sexualidade? Qual o momento ideal para falarmos de um assunto tão difícil? ‘A quem recorremos’?
Na verdade, os jovens gostariam de sanar suas dúvidas com aqueles que são os seus maiores acolhedores: seus pais; porém acreditam que o nível de intimidade não é suficiente para abordar tal assunto com eles.
QUANDO FALAR, ENTÃO?
Muitos pais ficam extremamente preocupados quando as perguntas começam a chegar; e pensam: _Por que está me perguntando isso? Será que ele já faz sexo? Ou... _Será que ela não é mais virgem? Será que ela está pretendendo se “entregar” para o namorado? E por aí vai...
E não sabem que esse é o melhor momento. O momento em que eles perguntam – ainda que sejam crianças.
E os pais precisam entender que, basta responder o que perguntaram, e pronto!
Digo isso, porque há pessoas que, quando não fogem das respostas, tentam dar – mesmo sem saber – uma verdadeira aula sobre o assunto; e assim perdem a oportunidade de criar um vínculo maior de confiança com o seu filho (a), e também de conhecer as suas expectativas nesta temática.
Convém lembrar que para os pais é muito difícil abordar um tema que, muitas vezes, ele mesmo desconhece. E qual o melhor caminho, então? A leitura. Procure ler o máximo que puder. Leia revistas ou livros que você acha que interessaria ao seu filho. Não tenha vergonha! Pode ser que algo lhe faça ficar ruborizado, é compreensível, mas agüente firme! É por uma boa causa. Aos poucos você vai se acostumando com a linguagem deles. Afinal, você precisa estar antenado e informado! E o que você não souber, diga: _ Não sei te explicar bem isso agora. Mais tarde vou pesquisar e te responder. Mas... RESPONDA! NÃO FUJA!
Se nós, adultos, continuarmos a tratar o sexo como se ele não existisse, vamos estar passando atestado de hipócritas; pois se o fazemos – afinal é parte da natureza humana – temos que conhecer de fato. Você não acha?
Um forte abraço. Fiquem com Deus. Até a próxima.
DrÂȘ Laura Ferreira
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