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Entendo o exibicionismo e cuidando do perigo da auto-satisfação

Cada vez mais a busca pela auto-satisfação tem feito cada vez mais pessoas individualistas e amantes de si mesmas. Pessoas que querem ser “o centro das atenções” , e muitas vezes com personalidades deformadas pela maneira com que tiveram o seu ego satisfeito, como um subproduto de um estilo de vida narcisista. E tem o exibicionismo como parte desse contexto.

Quanto menos eu buscar a auto-satisfação em minha vida; quanto menos existir de mim, mais espaço haverá para pensar no outro, e permitir que Cristo habite em mim, tornando-me mais altruísta, mais misericordioso e, por que não, mais sociável.

A compulsão e o vício são evidências de compensação daqueles que não conseguem exercitar o equilíbrio e a sensatez; e assim temos um dispositivo para o sofrimento não somente dos compulsivos, mas também daqueles que com eles convivem. Isso acontece porque, na verdade, o problema central é um descontrole na emoção e na disciplina, que denunciam uma vida voltada para a auto-satisfação. E aí se inclui o exibicionismo como uma das práticas, que tende a se fechar num ciclo perigoso de comportamento que tem início com o senso de impotência, que gera ansiedade, e esta por sua vez determina a resposta nas atitudes e condutas. E aí, como alívio temporário dessas angústias, decorrem as mais diversas formas de exibicionismo, quase sempre de forma disfarçada e eroticamente aliciante. E o ciclo recomeça.                                                                                          

No universo feminino o exibicionismo aparece historicamente como uma função cultural de sobrevivência à repressão sexual severa sobre a mulher, como um escape para a sensualidade, que resultou num avanço desequilibrado das conquistas femininas, originando consequentemente, em muitos casos, a uma vida de degradação moral.

Hoje em nossa cultura vemos isso tomar grandes proporções na educação das meninas, por exemplo, que desde cedo são incentivadas para a exibição e a sensualidade. Muitas de nossas crianças se vestem de uma forma inadequada para a sua idade, e em alguns casos, inadequada para qualquer tempo. Aqueles vestidos amplos, confortáveis e apropriados a não expor os seus pequeninos corpos estão ultrapassados para muitas mães. As crianças assim, se expõem e se tornam vulneráveis aos atos criminosos daqueles que se fazem valer de tais justificativas para seus atos de pedofilia e abuso sexual. É uma exposição desnecessária e perigosa! È uma forma (quase ingênua) de exibicionismo.

E por falar em exibição, o psicanalista e psiquiatra Dr. Flávio Gikovate avalia as nossas redes sociais e considera que “o facebook tem um caráter exibicionista” a partir da questão em que se tornam públicas postagens da vida particular capazes de despertar admiração e/ou inveja nos observadores. Isso nos faz refletir sobre a questão e reformular os nossos conceitos acerca das redes sociais. O que eu quero ou pretendo através das redes sociais? Até onde eu posso ir? O que não convém?
                                                                                                                                                      O homem interior e exterior precisam se alinhar. Precisamos reconhecer que as relações interpessoais não podem ser substituídas, precisam ser preservadas e valorizadas. E o exibicionismo não é um estilo de vida, mas um transtorno que precisa ser tratado, pois nem sempre este revela o possível distúrbio subjacente que está por trás dessa desordem.

Abraços e até a próxima.

 

Drª Laura Ferreira
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