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A compulsão por comprar

Muitas famílias têm sido altamente afetadas por um problema muito comum: “a compulsão por comprar”. É um problema que só se torna público (se é que se pode dizer assim) quando a situação já está caótica. 

As pessoas que sofrem dessa compulsão, são chamadas oniomaníacas. O problema é muito mais sério do que se imagina, pois o prazer não está no objeto que se compra, mas é o puro prazer de comprar. 

A oniomania é caracterizada como um transtorno de personalidade e mental, classificado pela Psiquiatria dentro dos transtornos do impulso. A oniomania emerge para aliviar sentimentos de grande frustração, vazio e depressão. É um desejo de possuir, de ter poder, que fica reprimido. Ao não conseguir dar vazão ao seu desejo, a pessoa sofre uma enorme pressão interna que a leva à necessidade de possuir coisas novas como única forma de prazer, explica a psicóloga Denise Gimenez Ramos, coordenadora do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica da PUC-SP.

A doença pode estar associada a transtornos do humor e de ansiedade, dependência de substâncias psicoativas (álcool, tóxicos ou medicamentos), transtornos alimentares (bulimia, anorexia) e de controles de impulsos. Enquanto está comprando, a pessoa sente alívio e prazer dos sintomas, que passado um tempo voltam rapidamente. O efeito do ato de comprar é semelhante ao de tomar uma droga. Esse desejo incontrolável de gastar tem tratamento: inclui acompanhamento psicológico e medicação. Mas é fundamental que a pessoa reconheça que está doente e precisa de ajuda.

E o que se precisa investigar é o que se esconde por trás dessa compulsão. Que lacuna se quer preencher?

O oniomaníaco desenvolve sérios problemas psicológicos, pessoais e profissionais; e como qualquer dependente tem uma grande dificuldade em assumir o vício. 

Há inúmeros fatores que podem desencadear essa compulsão que geralmente se inicia por volta dos 18 anos, quando as famílias resolvem “premiar” os seus filhos com cartões de crédito, contas bancárias ou então a famosa conta universitária – em que o jovem passa a administrar valores e créditos, que até então não tinha acesso ou não fora preparado para tal. 

Essa geração vem sendo atraída pelo consumismo que a mídia determina – ou por que não dizer, impõe. Um consumismo sedutor em que se propaga o comprar, comprar, comprar... Comprar o que não se precisa, comprar por comprar. 

E mais, essa geração pode ser fruto de família ausente, por inúmeras necessidades, principalmente quando a mãe torna-se a única provedora do lar, ou o casal que trabalha por muitas horas e fica muito ausente de seus lares, não dispondo de tempo e atenção suficientes para detectar as carências de seu filho. E assim encobrem suas culpas e seus remorsos com “coisas que se podem comprar”, dando aos filhos a falsa idéia de pais presentes através de “presentes”; que não substituem atenção e afeto. 

Além de tudo, vivemos numa sociedade consumista, o que já contribui e muito para a problemática em questão. Acumular e consumir, porém, são frutos de insegurança. E quanto menor a capacidade de amar, maior a necessidade de consumir.

É necessário um acompanhamento clínico com um psiquiatra, já que a medicação é de fundamental importância para a melhora do paciente, principalmente quando “esconde” um quadro de depressão ou ansiedade. .

O perfil do compulsivo em comprar

A maioria dessas pessoas é composta por mulheres, mas todas possuem temperamento forte, são ágeis, dinâmicas, inquietas, perfeccionistas, possuem uma desenvoltura social e cultural maior, são imediatistas e muito inteligentes.

Identificando um compulsivo 

Normalmente, estas pessoas têm obsessão por comprar muito mais do precisam ou podem pagar. Existem casos de pessoas que compram até mesmo itens repetidos. Nestes casos, o consumo é praticado pelo simples prazer de adquirir alguma coisa, independente da sua utilidade ou significado.

Você pode ser um comprador compulsivo se...

• Não resiste ao impulso de comprar; 
• Gasta mais que o planejado e se prejudica financeiramente; 
• Impede ou prejudica seus planos de vida e das pessoas à sua volta; 
• Pede dinheiro emprestado para os outros e até aplica golpes para poder saldar dívidas; 
• Precisa efetuar a compra de qualquer maneira, independentemente do produto comprado; 
• Percebe que está comprando coisas que não usa ou utiliza muito pouco; 
• Assume dívidas acima de cinco vezes o valor de sua renda mensal.

Existem ainda como alternativas de tratamento os grupos de auto-ajuda denominados Devedores anônimos que tiveram início em São Paulo, mas que já existem também em outros Estados. Maiores informações: Fone: (011) 229-6706 ou 229-4066. 

Fiquem na paz e até a próxima.

Drª Laura Ferreira
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